quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Lista de Furnas: Colega tenta ajudar e complica ainda mais Rogério Correia

Lista de Furnas: Colega tenta ajudar e complica Rogério Correia

Nilton Monteiro e Rogério Correia, na Veja
Nilton Monteiro e Rogério Correia, na Veja: quanto mais mexe, pior fica?
O deputado estadual Antônio Júlio (PMDB/MG), em entrevista publicada pelo jornal Hoje em Dia desta quarta, tentou tirar o colega Rogério Correia (PT/MG) do isolamento político em que ele se encontra, com a declaração de que Furnas teria, a seu pedido, repassado 150 mil reais a um hospital público no município de Três Pontas, no Sul de Minas, mas acabou por colaborar para confirmar a fraude dos papéis que ficaram conhecidos como a “Lista de Furnas”.
Desde que a revista Veja divulgou os comprometedores diálogos, gravados pela Polícia Federal, entre o deputado petista e de seu principal assessor combinando detalhes sobre a falsificação da “Lista de Furnas” com o falsário Nilton Monteiro – atualmente preso sob a acusação de ter falsificado milionárias notas promissórias – Rogério Correia passou o Natal e a virada do ano disparando pedidos de socorro pelo Twitter, mas viu se distanciarem dele figuras proeminentes do partido, como o ex-deputado José Dirceu.
O deputado Antônio Júlio resolveu atender ao pedido de socorro e ajudar o amigo, mas acabou por comprovar a fraude em sua essência. Para dar sustentação à “Lista” e validar o seu conteúdo, Antônio Júlio tentou fazer uma confusão entre o que seriam repasses de recursos oficiais da estatal Furnas para entidades filantrópicas, em sua área de atuação, nos mesmos moldes que fazem, por exemplo, a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, com recursos de caixa dois para campanhas eleitorais.
Os 150 mil reais que ele diz terem sido repassados ao hospital de Três Pontas seriam, na verdade, recursos oficiais do orçamento da estatal.
Como se sabe, nos papéis fraudados da “Lista de Furnas” está escrito que se tratariam de “recursos não contabilizados” e não provenientes do orçamento da estatal. Os papéis chegam, inclusive, a relacionar as várias empresas fornecedoras da estatal de onde teriam saído os recursos do caixa dois de políticos.
Ou seja, uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Uma coisa, segundo o que diz o próprio deputado Antônio Júlio, são doações oficiais feitas por Furnas para entidades de assistência à saúde, por exemplo. Outra coisa seriam os tais “recursos não contabilizados” para campanhas eleitorais.
Ao confessar que só tem conhecimento dos recursos doados por Furnas ao hospital, o deputado Antônio Júlio atesta que os outros recursos que estão citados na “Lista”, como caixa dois, não existem, que não passam de uma ficção, e dá uma importante contribuição para elucidar a fraude.
Ele dá um depoimento claro que não houve o repasse de recursos em espécie para financiamento de sua campanha, mas sim uma doação oficial e legal de Furnas para o hospital sul-mineiro.
Vamos aguardar agora o que os próximos amigos do Rogério Correia farão para tentar ajuda-lo. Uma coisa já está bem clara: quanto mais se mexe nesta história da malfadada “Lista de Furnas” mais evidente fica a fraude, e a farsa se desmancha no ar.
Vamos mexer mais, gente.
PS: Hoje faz 22 dias da publicação da reportagem da revista Veja com os diálogos comprometedores entre o deputado Rogério Correia, seu assessor Simeão de Oliveira e o falsário Nilton Monteiro, e ele continua no mais absoluto silêncio.

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